Mais um grito no vácuo
Um corpo de ouro, Uma alma de cristal
Dotado de poder, fruto do bem e do mal.
Eu sou amaldiçoado, um ser escolhido
Para ver o mundo do ângulo proibido.
Os olhos que ninguém deveria ter,
O par destruidor se recusa a parar de ver.
As narinas que cheiram,
A língua que sente,
A pele que tateia,
As insanidades se beiram.
Santa ignorância que foge do peito,
Eu vi de longe o seu maior segredo.
No que eu faltei em outras coisas ganhei
E agora o mundo está todo fedendo.
Homem a carniça.
Mulher a carniça.
Criança a carniça.
Carniça a cadáver.
Dinheiro a carniça.
Concreto a carniça.
Tempo a carniça.
Lei a carniça e humanidade.
Vocês dizem e falam de maneira esquisita,
Nunca se enxergam. NEM NO ESPELHO!
A revolução diz que toda menina é bonita
Mas eu não acho uma que caiba ao meu olho.
Nem menina, nem homem, nem ninguém,
O sol na boca da caverna me fez de refém
E ninguém vai gritar por socorro ou ajuda,
Um silêncio perpétuo, acuação moral!!!
Sons que não cantam, deus de neon,
Balés que não se dançam, nenhum poema bom.
Estagnados e estáticos
Nas filas para os bancos
Reclamando das vidas
Pisando em margaridas.
Discordar de todas as épocas,
Eterna sinistra epopeia,
Uma vida adoecida que não chora e nem grita.
Alma quebrada, o que Deus quer de mim?
Que eu enlouqueça até chegar ao estopim
E perca a cabeça afogado na própria careta!?
Ah, loucura! Insana a tortura! A piada
mal feita e a ideologia mal acabada.
Uma alma que entenda ou espírito que veja
Que não me venha falando de Deus sem pensar!
Que não me venha falando de ateísmo sem pensar!
Que não me venha rindo sem parar!
Nasci inteligente ou a vida me fez carente?
A verdade ou mentira já tanto faz nessa vida.
Tudo se resume a dinheiro e a poder,
O doutor não tem pudor
E a dor do mundo perdeu seu odor.
Princípio do prazer no adulto não recém-nascido,
Letras largadas no livro não lido.
Interpretado.
Mal educado.
Curso deixado é tempo perdido?!?!
Loucura. Estou louco.
Eufórico tonto.
Monstro do pântano
Dançando e cantando
Mata e devora
Menos que aurora.
A vida não é bela, paremos de fingir,
Parem de rir e vamos consertar essa droga,
Sozinho não dá, sozinho não rola,
Mais de mil pecados eu vi do mundo surgir.
Queremos a cura. Queremos a cura.
Queremos a cura. Queremos a cura.
Queremos a cura. Chega de putas.
Ah, mas eu vejo o que outros não veem
E se não sou o único eles atuam muito bem.
Loucos malditos do Pequeno Príncipe,
Tudo vai muito além disso, filósofos de cordel!
Eu esqueci qual era o meu papel
No mundo do álcool e do bordel.
Sou louco. Sou louco. Sou louco.
So loco. Soloco soloco soloco
Soloco soloco soloco num sô?
Enlouqueci? Já me esqueci.
Quem não riu de mim ainda vai rir.
E na balada a galera animada
Pensando em nada
Caçando mulherada.
Sites, dicas, pistas, artistas,
Todo o mundo aprende como faz pra conquistar,
Descartar, deixar rolar, desamar e abandonar.
Ciência, arte, é uma profissão,
Palestrando ensinando a conquistar um coração.
Ninguém se casou
Com o primeiro que beijou
E o primeiro que transou
E o primeiro que amou.
Quem foi o maldito que partiu as três coisas,
Eram todas uma só. Casamento. Casamento!
Alma, parceria, amor, compreensão,
Fidelidade, amizade, sacrifício, benção!
Tudo se perdeu numa orgia de folia
Isso não me faz sentido então enlouqueci!
Enlouqueci! Enlouqueci! Enlouqueci! Enlouqueci!
Um corpo de ouro, Uma alma de cristal,
Em mim não toca o seu carnaval.
Vivam sozinhos longe daqui.
Devo padecer. É tarde demais para mim.
1/2/2016