Areias
Perco a linha toda vez,
Os rascunhos, os rabiscos,
Destruo as rotas sem querer,
Esfarelo-me como quem quer explodir, deixando os ciscos.
Deixando a rosa dada a mim de presente morrer.
Nas bolsas de insônia em meus olhos
Vivem os sonhos perdidos,
Os vales e os castelos esquecidos.
Habitam alguns monstros neles,
Dos mais pomposos aos mais reles.
Sigo o fluxo das areias,
Que se desmancham e se reerguem,
Da adrenalina em minhas veias.
Dos rios que seguem.
Filha do tempo.
Sou herdeira do vento,
Sou guerreira,
Sou.
Sou areia.