Areias

Perco a linha toda vez,

Os rascunhos, os rabiscos,

Destruo as rotas sem querer,

Esfarelo-me como quem quer explodir, deixando os ciscos.

Deixando a rosa dada a mim de presente morrer.

Nas bolsas de insônia em meus olhos

Vivem os sonhos perdidos,

Os vales e os castelos esquecidos.

Habitam alguns monstros neles,

Dos mais pomposos aos mais reles.

Sigo o fluxo das areias,

Que se desmancham e se reerguem,

Da adrenalina em minhas veias.

Dos rios que seguem.

Filha do tempo.

Sou herdeira do vento,

Sou guerreira,

Sou.

Sou areia.

Anna Julia Dannala
Enviado por Anna Julia Dannala em 01/02/2016
Código do texto: T5529619
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