Costuras da vida
Analisando a vida
Percebi que muitas vezes escolhemos nos costurar
Costurar-nos a outro alguém
Às vezes um de cada lado
Sabemos que vai doer
Cada pefuração da agulha
Cada vez que a linha trespassa nossa pele
Mas a segurança da união
Torna a dor suportável
Aliás, compartilharemos a dor
Cicatrizaremos juntos
E tornar-nos-emos um
Juntos, seremos mais fortes
Viveremos grandes aventuras
Jamais nos sentiremos abandonados
Esqueceremos do tempo
Mas ele não esquecerá de nós
Não, ele fará questão de nos lembrar
Quando o prazo de validade
(Que não sei quem inventou)
Houver de chegar
E nós, antes unidos
Bruscamente iremos nos rasgar
E, afastados, iremos sangrar
Feridos, tentaremos suportar
Mas agora estamos sós
E, desesperados, procuraremos alguém
A quem possamos nos costurar
Por lembramos que era melhor
Que era bom compartilhar
E, quando acharmos,
Mais uma vez virá a dor
Que dividiremos, cada um de nós
Com outro alguém
Mas as perfurações sobre nossa pele judiada
Serão cada vez menos suportáveis
E mesmo compartilhar talvez não seja suficiente
Dessa vez, quando sarar (se sarar),
Será difícil esquecer a dor
Será difícil amar essa união
Mesmo que a dor extra não seja culpa dela
Faremos questão de mencionar
E por não conseguirmos conviver como um
Só nos restará rasgar-nos novamente
E continuaremos repetindo tudo
Até nosso corpo necrosar