O CARIMBO DO ACASO

O CARIMBO DO ACASO

BETO MACHADO

Se fosse um cavalo manso

Montaria em pêlo e crina,

Com barbicacho e cabresto,

Sem procurar um pretexto

Que interrompa a cavalgada.

Mas qual nada...

As patas da montaria

Giravam sobre o asfalto

E a amazona, lá do alto

De um sóbrio ar de domínio,

Exercia seu fascínio

Por andar de bicicleta.

E essa meta quase não foi alcançada...

Corrente desengrenada,

Desquitada da coroa,

E mesmo assim, numa boa,

Tentou repor, agachada,

A saúde da “magrela”,

Mas acontece que ela

Nasceu gêmea com a sorte.

E um jovem de mesmo porte

Livrou-a de tal agrura.

Fazendo-lhe a gentileza

De animar o coração

Da tal “camela” novamente...

Reluziu uma chama de amizade

E bem mais tarde viraria um grande amor,

Daqueles com face de eternidade

E tatuagem que o acaso carimbou.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 31/01/2016
Código do texto: T5528878
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.