POBRE POETA

Pobre poeta

De feridas abertas

De portas fechadas

De tez inchada

De tanto pensar.

De peito fraco

De por demais

Sentimentalizar

A vida maquiavélica.

Pobre poeta

De miúdos passos

De fortes laços

Com a dor eviterna

E com a beleza

Que se encerra

A cada palavra

Que, ele, deixa

De escrever.

Pobre poeta

De mente incerta

E parcos desejos.

Somente o Céu

Para fazer de ti

Um incorrigível

Rico sem parcelas.