O amor que chegar, receba.
Desiludida com o amor que era para chegar com um príncipe respeitador e amável montado em um cavalo branco e nunca chegou.
Ela, vítima de um coração carente, se viu dividida entre ser a doce puritana ou a vadia mais quente.
Por quem um forasteiro se arrastava nas noites de danças ardentes na quitanda da pacata cidade interiorana...
Vestidinho preto e curto colado no corpo perfeito.
Cabelos soltos, dançando com o bailar do vento.
Sapatos fechados de salto quinze...
Andar faceiro, balançando o quadril...
Viu seu coração se entregar a um forasteiro de palavreado rasgado, sotaque safado,
Andar faceiro, amante da noite, corpo de homem, olhar de menino travesso,
Afago de amante no cio...
Se fez puta, a donzela. Porque o amor, o amor não veio pra ela como vem para as outras belas.
Ele chegou faceiro, entrou sem licença nenhuma, apossou-se do salão do seu peito esquerdo e a fez transformar-se em mulher e viver uma história real.
Na qual os amantes se entregam sem reservas as delicias carnais, línguas se tocam, corpos se entregam a magia dos toques ousados... instintos selvagens... entrega voraz.
Jacinta Santos
11/01/2016