Balão!
Plástico de vento recheado
Livre arremata a moldura
Dos céus azuis...
Vibra fantasia ao nosso olhar...
Balão!? Não é só plástico
Leva a nossa inocência
Pra longe dos céus azuis!
Entre uma vida e outra
No pulso da criança amarrado,
Vez, ou, outra, estoura!
Dilui a alegria de poder
Vê-lo subindo para enfeitar
Os céus num tremendo coração
Apaixonado, ou, talvez, machucado!
Verte soluços do seu estômago
Cá na terra podemos ouvir
Sua dor indo e vindo...
Enquanto murcha seu intestino doente
Sem força para se conduzir ao vento
Feito lombrigas esquecidas
No interior do menino faminto!
Alegre-se neste exato momento
Outro balão escapa das mãos
De mais uma criança descuidada!