AUSÊNCIA

(Sócrates Di Lima)

Longe das tardes de sonhos,

Cavalgo meus ventos,

Talvez, tristonhos...

Ave só, sem pensamentos.

E por mais que as tardes afloram...

sem as flores dos meus sentimentos,

Os desejos vão-se embora,

E ficam em mim, os meus tormentos.

E assim a ausência me mata...

De ti...de mim...

Como a brisa que se afasta,

Levando a essência do jasmim.

E sem a fragrância da pele nua...

Meus sentidos divagam...

Sem olfato de um perfume de Lua,

Perco-me nas caricias que não me afagam.

Sem tu....meus olhos marejam,

Sais de águas turvas em lábios desembocam,

amargam a língua nas salivas que ensejam,

Soluços de querências que sufocam.

Ah! A tua ausência....

Nuvens que cortam os meus céus...

Levas de mim, toda essência,

Deixas-me apenas, em véus.

E como dói a saudade!

Como um elo de castidade,

Que ao longe pousas em naus de liberdade,

E eu aqui, preso nas minhas vontades.

E....por onde andas, eu nem sei!

Porque levaste de mim até meu olhar de vaga-lumes...

E nas noites que me acabei,

Morri em mim, na escuridão dos meus queixumes.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 28/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
Código do texto: T5526019
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