AUSÊNCIA
(Sócrates Di Lima)
Longe das tardes de sonhos,
Cavalgo meus ventos,
Talvez, tristonhos...
Ave só, sem pensamentos.
E por mais que as tardes afloram...
sem as flores dos meus sentimentos,
Os desejos vão-se embora,
E ficam em mim, os meus tormentos.
E assim a ausência me mata...
De ti...de mim...
Como a brisa que se afasta,
Levando a essência do jasmim.
E sem a fragrância da pele nua...
Meus sentidos divagam...
Sem olfato de um perfume de Lua,
Perco-me nas caricias que não me afagam.
Sem tu....meus olhos marejam,
Sais de águas turvas em lábios desembocam,
amargam a língua nas salivas que ensejam,
Soluços de querências que sufocam.
Ah! A tua ausência....
Nuvens que cortam os meus céus...
Levas de mim, toda essência,
Deixas-me apenas, em véus.
E como dói a saudade!
Como um elo de castidade,
Que ao longe pousas em naus de liberdade,
E eu aqui, preso nas minhas vontades.
E....por onde andas, eu nem sei!
Porque levaste de mim até meu olhar de vaga-lumes...
E nas noites que me acabei,
Morri em mim, na escuridão dos meus queixumes.