MALOCA QUIRIDA

MALOCA QUIRIDA

Marcial Salaverry

Foi uma baita judiaria...

quinois nunca pensô qui contecia...

Nossa maloca derribada ansim...

Foi pra nóis mais qui o fim...

Ela abrigava nossas traia,

nossos corchão de paia...

Nóis discansava das coisas do dia...

e adispois tudo mió nos parecia...

Inté jantá, nois jantava...

i nu friu, nois si juntava...

i cas pinga nois si aquecia...

I das dôo si esquecia...

Agora, quiquinóis fais da vida,

ca nossa maloca caida...

Nois fica ao Deusdará,

sem tê adonde si abrigá...

Pruque fizero isso cum nóis?

Derribaro nossa maloca saudosa...

acabandu cas nossa lembrança gostosa...

Agora a vida num tem mais beleza,

nói vai morrê de tristeza...

Adeus, maloca...

Poema escrito inspirado na musica de Adoniran

Barbosa, Saudosa Maloca...

SAUDOSA MALOCA

Adoniran Barbosa

Se o sinhô não tá lembrado

Dá licença de contá,

Que aqui onde agora está

Esse edifício arto

Era uma casa véia,

Um palacete assobradado.

Foi aqui seu moço

Que Eu, Mato Grosso e o Joca

Construimos nossa maloca.

Mais um dia

Nóis nem pode se alembrá

Veio os homes com as ferramentas

O dono mandô derruba.

Peguemo todas nossas coisas

E fumos pro meio da rua

Apreciá a demolição.

Que tristeza que nóis sentia

Cada táuba que caía

Duía no coração.

Mato grosso quis gritá

Mas em cima eu falei:

Os home tá coa razão

Nois arranjá outro lugá.

Só se conformemos

quando o Jocá falou:

Deus dá o frio

conforme o cobertô

E hoje nois pega a páia

nas gramas do jardim

E pra esquecê

nois cantemos assim:

Saudosa Maloca

Maloca querida

Dim dim donde nós passemos

Dias feliz da nossa vida.

Saudosa Maloca

Maloca querida

Dim dim donde nós passemos

Dias feliz da nossa vida.

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 27/01/2016
Código do texto: T5525291
Classificação de conteúdo: seguro