Regularizada a esquizofrenia do meu querer,

Acordei hoje eufórico e chacoalhando a vida,

Pétala de torrencial momento para perverter.

 

Criei pupilas de cristal com gotas de sereno,

Sombreados raios da clara manhã já nascida,

Bebi dos dentes da serpente o único veneno.

 

Lancei meus ternos negros pelos precipícios,

Encapado pelo aroma da pele, do hálito puro,

Beijei a boca do dia, esvaziei meus hospícios.

 

Libertei as feras do meu ego, quebrei o muro,

Abri a escotilha enferrujada do aço do tempo,

Virei náufrago, arranhado de alegria, inseguro.