Na descontrução de tantas frases...

Na desconstrução de tantas frases

Fiz de uma canetada só

Um enlevo para tal amor

Finalizar não consegui

Perdi nos descaminhos do teclado

Loa em fina flor, amor de poetas

Rasguei papéis, risquei outros tratados

E mareado como se há dias em alto mar

Chorei os versos perdidos

Memória ingrata, nada deixou

Falei de amor, desta fina flor

Que noutro estado fica a brilhar os olhos

Buscando no fino trato da palavras

Alegrias ao coração

Cá feito pirata maldito, navegante soturno

Avanço a mar aberto em tantas Ilhas

Colhendo a riqueza dos sentimentos

Que esta flor tanto me tem

Tão próxima de casa, esta bela praia

Verdejante de latina esteio

Brisa a soprar feito beijo

Foz que desemboca araguaia

Frutos doces, seivas finas

Flanar das vestes sobre os seios

Lívidos em pulsar coração afeito

Enternece os desejos, brilho intenso

Desse malfadado pirata em Jardim estreito

Toma estas flores agora

Toma também estas doces seivas

E leva outra canção, este blues selvagem

Sê bem vinda ao castelo

Minha nau escura, sem ser miragem.

Peixão89

Integra a Ciranda "Questionar da Carmen Ortiz" na Sala dos Poetas da Efigênia Coutinho

Peixão
Enviado por Peixão em 30/09/2005
Reeditado em 20/01/2006
Código do texto: T55229
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