Existo como janela
Existo para limpar as lágrimas do tempo
Que feriu a tristeza do meu olhar
E golfava com rebeldia o diário oculto
Quase inocente para não saber da dor
Existo para apagar o tempo passado
Que no abismo da alma deformava o sonho
Meio trançado para cobrir o mundo lá fora
E proteger a voz dos homens cansados
Existo como janela para contemplação
No passado das minhas emoções sujas
Que perpassei em tempo a vibrar distante
Na tempestade clara pela alma da tarde
Existo para fugir da podridão que falece
De mãos atadas com a cegueira do mundo
Que vai para guiar o instinto em gestação
Pela luz que se dilata no prazer da noite
Existo antes de tudo no vazio de mim
Formando estrias profundas no tempo
Que submerge ereto na essência purificada
Da noite santa no reflexo sonoro das luzes
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