Atrelado ao desvairo

Atrelado ao desvairo,

Eu desço ao abismo:

Revelo a penumbra

E uma azedia bruta.

O caos tempestuoso

É queda constatada:

Ter asas nos pés

Não distrincha a labuta.

Nessas ruas,

Que agonizam,

Me esbarro.

Tu juntas

Meus restos

E fitas meus olhos;

Como um velório sem corpo -

Se quer

Restam lágrimas...

Nosso amor

Transcende

A fome e a fúria

Das armadilhas

Dessa cidade

Sôfrega

E ao avesso.

Na tua boca,

Eu resplandeço.