TRIBUTOS DOS MAIS SAGRADOS
Lá se foi a metade do meu ser,
entre nuvens,entre flores,
pra tão distante num mundo,
onde não ha mais risos nem dores.
Lá na eternidade,
onde o sonoro é silencio,
onde o amor é o nada,
e o fruto é a semente.
Ca no meu porvir,
escuto o meu mundo de dores,
onde alguns rangem os dentes,
onde tantos fazem amores.
Ó tributos dos mais sagrados,
tu és a perdição da minh'alma,
que tanto expira saudade,
saudade que fere e que cala.
Pra distante levaste o singelo,
o doce- o puro- a beleza,
o puro que era os carinhos,
o doce as luzes d'estrelas.
E o sol- a lua- o céu,
que dormem ouvindo bagatelas,
escutam envaidecidos,
eu murmurando por ela.