TRIBUTOS DOS MAIS SAGRADOS

Lá se foi a metade do meu ser,

entre nuvens,entre flores,

pra tão distante num mundo,

onde não ha mais risos nem dores.

Lá na eternidade,

onde o sonoro é silencio,

onde o amor é o nada,

e o fruto é a semente.

Ca no meu porvir,

escuto o meu mundo de dores,

onde alguns rangem os dentes,

onde tantos fazem amores.

Ó tributos dos mais sagrados,

tu és a perdição da minh'alma,

que tanto expira saudade,

saudade que fere e que cala.

Pra distante levaste o singelo,

o doce- o puro- a beleza,

o puro que era os carinhos,

o doce as luzes d'estrelas.

E o sol- a lua- o céu,

que dormem ouvindo bagatelas,

escutam envaidecidos,

eu murmurando por ela.

ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
Enviado por ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA em 24/01/2016
Código do texto: T5521567
Classificação de conteúdo: seguro