Policromia de um Desencontro

Não, eu não vou morrer de amor

Não vou explodir feito um balão inchado de romantismos clichês

E não vou ficar sentada na varanda esperando um retorno cortês

Como se fosse eu que te pedi

Para um dragão derrotar

Não me olhe com essa cara

Como se a ideia fosse minha

Não fui eu que escolhi o adeus

E foste tu que pintaste a despedida

Com tuas mesmas cores de sempre

Ficaste com o amarelo da bravura

E o azul da nobreza

Com o vermelho de sangue fui eu que fiquei

Bem como um tom meio arroxeado de frustração

Também não vou morrer de silêncio

Se tens outras conversas tão importantes

Que tua voz a mim nem chega mais

Vou apenas ligar outra música

E convidar qualquer um pra dançar

O cinza da solidão não me vai alcançar

Não vou morrer de desencontro

Como minha vida está, nem te conto

Tenho o laranja vibrante da energia

E te sinto bem longe, cor de gelo

Vou morrer um dia, não tenho escolha

Mas, até lá, é hora de pintar a vida

Com minhas próprias cores