Infinitude de seres


Esta infinitude de seres que existe em mim,
Alguns deles remontando a tempos ancestrais,
Que se mostram em tantos momentos da vida,
Em atitudes por tantas vezes simultâneas, iguais,
A cada vez expondo suas diferenças sem fim.

Há momentos em que se apresenta como ancião,
Ponderado, equilibrado, consciencioso, atento,
Que aprendeu ao caminhar, com as tantas feridas
Que lhes foram afligidas na busca por seu intento,
Moldadas em cicatrizes dissimuladas pela emoção.

Momentos outros se apresenta com a face atual,
Vivendo seu próprio tempo, com suas coerências,
Mais decorrentes das próprias incoerências da lida
Do que de suas conclusões ditadas pela ciência,
Vertendo suas lágrimas em correntes, mercurial.

Quando, afinal, predomina a imagem do menino
Feliz que foi há tempo, mesmo que por poucos dias,
Ao se reencontrar perdido nos braços da amiga,
Desfrutar de seus carinhos cantando-os em poesias,
Sentindo-se fenecer, pois cumpriu seu destino...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 24/01/2016
Reeditado em 24/01/2016
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