CHUVA


Chove.Em silêncios recria
A alma seus portos de bruma –
Cinza! – senão que resuma
Quanto de si se esvazia.
Naus no ir e vir dos instantes
Sem carga, sem tripulantes.
 
Chove, e que mais ainda resta
A alma que a si mesma estranha?
Se mais não perde, não ganha
Pela ocasião, desonesta.
Barcos que não voltam mais
Vão se afastando do cais.




 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 23/01/2016
Reeditado em 08/03/2016
Código do texto: T5520207
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