CHUVA
Chove.Em silêncios recria
A alma seus portos de bruma –
Cinza! – senão que resuma
Quanto de si se esvazia.
Naus no ir e vir dos instantes
Sem carga, sem tripulantes.
Chove, e que mais ainda resta
A alma que a si mesma estranha?
Se mais não perde, não ganha
Pela ocasião, desonesta.
Barcos que não voltam mais
Vão se afastando do cais.
Chove.Em silêncios recria
A alma seus portos de bruma –
Cinza! – senão que resuma
Quanto de si se esvazia.
Naus no ir e vir dos instantes
Sem carga, sem tripulantes.
Chove, e que mais ainda resta
A alma que a si mesma estranha?
Se mais não perde, não ganha
Pela ocasião, desonesta.
Barcos que não voltam mais
Vão se afastando do cais.