Matem o líder dessa matilha
Quem vai pagar a conta
Pelo que não tem preço
E colocar do lado certo
O que ficou virado pelo avesso
Quem vai trazer de volta a criança
Que morreu ainda no berço
E questionar as ganas do poder e do progresso
Que nos ignora e nos humilha
Como se não fossemos de carne e osso
Mas feitos de brisa, vento ou gesso
Quem vai amenizar o desgosto da filha
Que viu seu pai cair numa cilada
Quem vai nos salvar dessa armadilha
Nos tirar dessa arapuca
Colocar a mão nessa cumbuca
Cheia de escorpiões e cobras
Prontos para dar o bote em Brasília
E quem vai matar o líder dessa matilha
Cortar a cabeça desse Leviatã
Limpar a lama da Samarco em Mariana
Fechar a torneira do propino-duto
Curar a dengue, zika, chikungunya ou febre terçã
Quem vai parar de pular carnaval
De comer feijoada e beber caipirinha
Esperando que a cura de todo esse mal
Se faça sozinha
Quem vai colher a rosa negra
Que brotou no meio do ninho das ratazanas
Entre os escombros da boate Kiss espalhados no chão
A rosa tépida cujas as pétalas manchadas de sangue
Cheiram a impunidade, tragédia e corrupção