O POETA SE FOI
Sob a árvore frondosa, à margem do rio, ele ficava
Ou sentado a beira do caminho que à fonte levava.
Comportar de maneira esquisita e viver como um eremita,
fOI sua ação favorita.
Viveu fora da realidade, mas desfrutando felicidade,
Porque no seu coração manso, não guardava maldade.
Com um olhar distante buscava a todo instante
A sua musa amante.
Em sua curiosa existência não passou despercebido,
Viveu sem badalação, mas foi admirado e conhecido.
Sempre solidário, mas sentindo-se desnecessário,
Tornou-se então lendário.
Foram criadas lendas e fábulas ao seu respeito,
Mas alheio a tudo, vivia do seu jeito.
Alimentando das fatias de suas fantasias
Tinha no olhar a poesia!
Trilhou tropeçando, por caminhos escuros,
Fez do passado o seu presente e futuro.
Sem manifestar paixões ou alimentar ilusões,
Trouxe-me reflexões.
Como tudo passa, ele também passou,
Partiu discretamente, assim como chegou:
Sem manifestar em que mundo ou lugar
Iria então morar.
Agora numa campa fria, o poeta dorme em paz,
Embora sua vida fosse poesia, não escreve mais,
Contudo, poemas perfeitos contidos no seu jeito
surgiram do seu peito.