Ei você?
Ei você!
Você aí de frente para a tela
Você que assiste o jornal, o futebol, a novela
Você que tudo que ouve e vê, palpita fazendo eco
Tal qual um bebum de boteco
Que bebe sem saber porquê
Você que olha e não vê
Você que vê e não enxerga
Você que rouba mas nega
Você que condena o pecado, mas peca em seu canto calado
Você que defende o seu ópio escondendo-se atrás do prazer
Você que mata os insetos sem jamais se arrepender
Você, você, e você
Não me perguntem porquê,
mas escutem o que eu vou lhes dizer
Estamos todos condenados, amarrados e entrelaçados em nós
À beira de um grande abismo
Prisioneiros do egoísmo
Sem rumo e sem direção
Escravos das redes de intrigas,
do rádio e da televisão
Ei você, que tal se ligar em você?