SERT@O LIVRE

Sert@o Livre não é apenas a visão das rodovias e estradas

viajando rumo ao infinito ao som do rock tirado na viola caipira

ou do sert@nejo solado no berimbau,

ser tão livre á a história da poesia narrada pelos anjos metrificadores da voz em chamas

abrindo o corpo da mulher a machadadas de paixão e sexo desenfreado.

Este é o território do amor, e nossas armas feitas de tesão

e nossos ferimentos molas propulsoras da cópula!

Não existe barreira, nosso rumo é o infinito, seja a cavalo,

de carro, motocicleta, de trem ou barco, nossa visão é a do Sert@o,

e o sert@o não tem fim, o amor é o mandato do céu

e o sexo a planta da terra.

Onde estão as Crianças da Noite?

a Noite não é incompatível com a Luz

pois no Universo não existe esta Ordem.

Os Reis finitos

enterram os dentes, as jóias

e as coroas na lama,

é hora de atravessarmos incólumes

os guetos da Bíblia

Sert@o livre

matemática desvairada dos crepúsculos

manchados pelo sangue das estrelas

que nós bebemos mãos em concha

e olhos voltados para a voz dos anjos

afinada como a umidade da terra.

Grandes avenidas no horário do rush explicam a vida com perfeição maior do que a ciência, esta ciência que é apenas uma licença poética

para o nada a dizer.

Sim, meus amigos, é triste ver a democracia

reduzida a votação dos jogos de azar por telefone,

mas, que sirva de lição,

a democracia e as massas são incompatíveis,

as massas desprezam a liberdade,

trocam a revolução pelo entretenimento,

não querem a fortuna para a cultura,

apenas o dinheiro para o bingo.

Mas, as rodovias são o sexo da alma, o bem estar do espírito,

a estrada o encanto da carne, é público o ético, e privado

o que controlamos no prazer e na fortuna.

Próspero como um Ourives em Veneza,

o Poeta observa as cores do futuro

descerem pelos fios da Noite, e depositadas nos cofres da Percepção,

esperarem pelo momento oportuno de abertas como as Pétalas do Sol,

iluminarem de Encantamento não apenas o tempo mas o sonho

e seu Direito Irrevogável de Possuir o Real como estátua