ENIGMA

Cifrado o amor descansa

Nas palavras que não são ditas

Nos versos não expressos

Na voz não escutada

Se esconde na bruma silhuetado

E ecoa nos vales

Em milhões de harmônicas

Sobrepostas

Raramente se apresenta

Em seu estado natural

Senão por seus óxidos

Combinados com outros elementos

Vário, preserva seu uno cintilante

E tolos, como eu

O perdem por anos, séculos

Escondido nos mezaninos

Da arquitetura da vida moderna

Se é que há vida,

Moderna ou não,

Sem a descoberta

Decifrá-lo é exercício

De sentidos

E não de razão

Até porque o amor

Só deve ter unicidade de razão

Que desconhecemos,

Equação sem soluções triviais

Assim te amo

Com uma razão que me captura

Sem porquês

E me combina amalgamado

No teu ser

Nas tuas mãos

Nos teus lábios e corpo

E entendo

Sem que seja preciso

Compreender...

Walker Ghostwriter
Enviado por Walker Ghostwriter em 20/01/2016
Código do texto: T5517611
Classificação de conteúdo: seguro