ROTINA HUMANA
Que cena envolvente,
se penso, se faço, na busca do espaço,
como belo assanhaço,esculpido no aço,
nem risco, nem traço,
que coisa indecente!
Friagem ou mormaço, na trilha desfaço,
o tempo em pedaço, me perco me acho,
sem chorar o fracasso da vida indolente.
É a vida danada!
Correndo no tempo, a vida invento
se basta, contento, no caminho lento.
Que trilha safada!
Como ao relento, buscando sustento,
nem mesmo entendo, esforço tremendo,
mais sigo vivendo na busca do nada.
Que coisa banal!
Mais um dia que passa, mundo sem graça,
nem mesmo cachaça, se lança ou rechaça,
pro mundo irreal.
Se nuvem ou fumaça, do corpo, a carcaça,
que fala sem raça, na vida que espaça,
trazendo na taça, o veneno mortal.
No caminho que faço,
nem quero pensar, me vejo a esperar
até tudo findar, nada mais a restar,
nem mesmo o cansaço.
Se vida passou, o perdido se achou,
nem tudo acabou, a esperança restou,
no adeus que levou para outro espaço.