Janelas...

Nesta janela,

o poeta semeou quimeras com as mãos,

nos dias que elas eram cativas da solidão...

Nesta janela, sutilmente, ele festejou a primavera

no amor que chegava, que era sempre o primeiro,

depois da espera...

Nesta janela,

ele viu nascer dias de ilusões crescidas,

cujas noites de santos prazeres,

o fizeram herdeiro das manhãs coloridas.

Tudo passou...

Que é o destino, senão viver?...

O poeta fecha a sua janela de tristeza

e espera a noite para esquecer...

E a noite, de olhar severo, mas aconchegante,

entra vestida de solidão, e vem esperar com ele

a chegada das saudades visitantes!...

De manhã, porque o sol não cansa

de lhe convidar para um novo sonho,

o poeta abre a sua janela de esperança...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 19/01/2016
Reeditado em 07/03/2016
Código do texto: T5516492
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