Janelas...
Nesta janela,
o poeta semeou quimeras com as mãos,
nos dias que elas eram cativas da solidão...
Nesta janela, sutilmente, ele festejou a primavera
no amor que chegava, que era sempre o primeiro,
depois da espera...
Nesta janela,
ele viu nascer dias de ilusões crescidas,
cujas noites de santos prazeres,
o fizeram herdeiro das manhãs coloridas.
Tudo passou...
Que é o destino, senão viver?...
O poeta fecha a sua janela de tristeza
e espera a noite para esquecer...
E a noite, de olhar severo, mas aconchegante,
entra vestida de solidão, e vem esperar com ele
a chegada das saudades visitantes!...
De manhã, porque o sol não cansa
de lhe convidar para um novo sonho,
o poeta abre a sua janela de esperança...