encontro de náufragos
na passagem do tempo
e de alentos que se manifestam
mesmo quando tudo é silêncio,
vi meu oceano despertar da calmaria;
logo concluí que
há mãos que são poesia
quando fazem minhas ondas-ouroboros
dançarem em mim
invocando um demiurgo morto
que canta enrodilhando nos dedos
fagulhas e suspiros,
matérias comuns de meus ritos,
que logo são implodidos
no espaço de meus abraços marítimos