REFÚGIO

Não é preciso apagar a luz,

Eu fecho os olhos e tudo vem

Esse teu cheiro que me seduz

E a delícia de te chamar meu bem.

Na hora linda em que o amor conduz

E no prazer que a nós dois convém

Em teu corpo quero ser andaluz

Se houver paraíso, te levar além.

Isso não pode continuar assim,

A tua falta que me dói n’alma.

Quero ficar contigo até o fim,

Andar de mãos dadas, palma a palma.

Do teu amor sempre estou afim,

És o refúgio que sempre me acalma.

*Herbert Vianna, "Caleidoscópio."