VÁRIOS AMORES
Atrás, amei beltranos e fulanos,
Agora te amo assustadoramente...
Quimeras eu enterrei, mas, não a última!
Tu és o auge, da minha mais recente.
No rolar dos desejos meus imperas
E figuras do teu jeito, indecente!
Vejo teu jeito meio inconsequente,
Tendo o viver, agora em plenitude.
Tenta o acerto faz experimentos,
Mas com o escracho de tua juventude,
Esbanjas gestos, gestos tão pequenos,
Que me fez recuar, tua atitude!
Mas, meu recuo não é por ter virtude,
Asseguro-te ser por precaução.
Tuas aventuras que singram desejos,
Nos meus fazeres, tem a contra mão!
Prefiro então nadar em águas rasas,
Que me afogar nas águas da opressão!
Brumas, o mar revolto, alta maré;
Não é possante o barco em que navego,
É só por isso então, que sou prudente;
Motivo pelo qual eu não me entrego.
Entrego-me a defesa, do que sou,
Fico na defensiva e não sossego!
Meu Deus! Não me fez bem esse desvio,
O mar jogou-me em lúgubre borrasca,
E no âmago grifou fundas ranhuras
E do meu coração tirou mil lascas;
Na agonia da dor de cada uma delas,
Oh flor do mal! Nenhuma criou casca!
Zé Salvador.