Cântico dos Sodomitas

Do passado não carrego as glórias,

Carrego, pois, muitas mágoas,

Nem heróis, nem memórias,

Só muitas estórias tão vagas;

Carrego desconexas narrativas,

Tão certas, mas como se nunca verídicas,

Do meu passado quiseram se livrar.

Mas nascemos, nasce-se em todas as partes

A vida que em muitas vezes fora duríssima arte,

Parece-nos oferecer somente um papel medíocre,

Uma sociedade que nos dará só suas nefastas sobras,

Uma ordem que sempre nos relegará

A uma promiscuidade torpe.

Fora assim em tiranas sociedades, da cultura ocidental

Uma imbecil autoridade, muitas ordens desalmadas

Mentalidades loucas em implacável vaidade,

Trouxe uma verdade para o mundo

Julgando quem do inferno é da sociedade.

Brutos versos, trágicos tempos

Na antiguidade um fortuito prazer

No medievo a concupiscência,

Tão involuntária mente,

Tiranizada e por isso decante,

Esvaindo-se num mar impiedoso

Onde escorria o sangue da depravação,

Que a escória o escolhia livremente.

Como a história um ato humano,

Irrevogável, no plano da jamais,

Agora em atos profanos, abrimos

Os armários lar de nossa sarjeta,

Proferindo que jamais o impreterível passado

Sequer chegará perto do que era.

Uma era para pessoas que erra,

Erradicando, voluntariamente, mazelas

De tempos tão atrás.

Veja o vigor do futuro, que já saíra do

Plano do nunca, agora há planos

E tantos cursos que a custo de nossa

Luta e sangue bruto influíram no

Milênio que a tradição desejou jamais.

Estou apaixonado pelo sol,

O sol que irradiará o novo tempo,

Que queima os últimos gritos da brutalidade machista,

Corra à vontade olhe a vista,

E aviste o sol com seus últimos raios

Da moral agressiva e opressora esvaírem-se

Pelo o universo taciturno,

É o tempo da glória que o rock nos ensinou.

Quando se decide sair do casulo,

A borboleta traça seu destino,

Seu voo será impecável, e seu brilho

Se imporá diante os inimigos,

As borboletas lacram o passado negativo,

Arrasam hoje, tornam o futuro elucidativo.

Quando em grupo singram o vento,

É um arco-íris que jamais terá fim,

Feito primo em nosso prisma

Lançado em sete, mas em turbilhões, de cores ao infinito.

Brasília, 18 de janeiro de 2016

Wédylon Rabelo

Wédylon Rabelo
Enviado por Wédylon Rabelo em 18/01/2016
Código do texto: T5515563
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