A Rosa e o Fedegoso
Na relva molhada sinto o orvalho!
Parecem gotas d’agua vindas do infinito nada!
São pétalas de uma rosa amorosa!
Chora ela inconsolada por seu amor – o fedegoso!
No jardim ninguém apoia tão estranho amor!
E como poderiam?
Uma rosa amar um fedegoso! Que nojo!
Se ainda fosse um mimoso ou um cravo roxo...
Mas não, é o horrivel fedegoso!
Em seu canto a rosa definha!
Não adianta nem o consolo da erva daninha!
Só que está junto do macho enrugado!
Num abraço ao pé adorado!
O fedegoso em seu canto, conspira!
Quer levar á amada o que ela tanto suspira!
Trabalha duro, mas está disposto!
Afinal só falta um pouco!
No terceiro dia, que maravilha!
Raízes do fedegoso se ampliam...
Abraço carinhoso a rosa envolvia
Num mundo novo que o amor permitia!