FEBRE

Arde na tez

do verso hirsuto

A pálpebra dos mares

na neblina

Em borbulha de magma

incandescente

tal um vidro nobre

derretido

tal combustão de rocha

e gasolina.

Por teus poros

sais enrubescidos

com palavras

que te escolhem

E negam

a roupa

fluindo livres roçam-te

feito línguas

que se embaraçam

pelos céus

das bocas

e te fazem saltar

as flores

do vestido.

Em galope

no dorso

campo idílico

pêlos eriçados

ao gozo da saliva

livres de olhos

fartos de sons

teu sangue parte

ao ritmo apressurado

de um cardíaco.

Fléxil, o teu corpo

em eco transparente

murmura (con)sentindo

insana

liberdade obscena

dança à luz vívida

e repousa

em calmo lago morno

brisa amena.

Teu ventre respira

aliviado

os vapores de paixão

e de pecado

liquefeitos

pelas dobras

do poema.

Walker Ghostwriter
Enviado por Walker Ghostwriter em 17/01/2016
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