É SEMPRE TUDO IGUAL À ONTEM
 
 
Minha vida está querendo
saber muito da sua
sua foto estampada
da parede do quarto
de cadência fria
descabida de vontade
abre minhas estranhas
janelas ao nada
sobre ontem de madrugada
quando te vi nadando
em mares revoltos
de pessoas no parque
uma loucura se apossa
das confissões que faço
sentado que estava
pleno de álcool
tocando minha viola
p’ra solidão
minha amada ficção
que leva teu retrato
pintado nas canções
de quem estava
brindando a um mundo
que não existe
somente aqui
só mente que ama
deveria ver
minhas botas selvagens
minha roupa de avestruz
variando nas canções
que dizem acordes
muito mais
do que falam nos versos
sobre a sorte
de não ter um bem
tão aquém dos bens
que todo mundo deseja
almejar
antes de amar
antes de amar
todo bem se fez preciso
firme consiso
fraco andarilho
em busca do valor
que nada tem
sem amor
no acaso põe fogo
se o caso for o jogo
talvez ela seja minha
pelas noites pelos dias
por toda vida
eu prefiro o desejo profundo
que come o criador
dos verões tardios
por um fio tão fino de dessabor
que vem cansar
logo cedo
eu prefiro que diga
eu te amo por nada
afinal do penhasco
teu abraço
pode me segurar mais
do que posso precisar
se precisar de amor
não terei a dor da falta
a dor que mata
que “precisa” viver...