À PROCURA DE MIM
O romper da aurora em ondas matutinas,
O cantar dos pássaros e o cheiro da floresta
Penetram minha alma inquieta e peregrina.
Viaja incansável nas sombras noturnas,
Esconde-se pelos recantos, em surdina
E acorda desolada fingindo-se em festa.
Que mentira este viver de busca insólita,
Eu, em meu aprendizado, apenas uma neófita
Em seus primeiros passos de aventureira
pelas paragens desconhecidas da fantasia.
Mas, insistente, a minha alma bravia
Procura ansiosa o que sonhou
Ao despertar nesta manhã alvissareira.
Ah! Minha alma é inquieta e peregrina,
Percorre a noite e sonha em surdina
Viajando entre as sombras noturnas.
Percorre os recantos, sempre à procura
De si mesma. Ao romper da aurora,
Acorda cansada de sua busca diuturna!
Naget Cury, Dez. de 2015