MORDÁVIA
E OS CANHÕES DE FRIAR
Lento inverno de silêncio
se faz notar
na imensidão escura
da cidadela
a noite ainda se escuta
o barulho dos martelos
e dos mestres da obra
canônica
perdendo suor por sangue
querendo por estanque
vencer a batalha
que ainda não nasceu
estas vertigens do claustro
são impostas
pelos “domadores de ovelhas”
querem a resposta
das dores do crucificado
na pele de quem adora
por veneração
querem a obrigação da fé
descendo pelo coração
se fortalecendo na terra
desafiando caminhos
os perdidos e as mazelas
da vontade pagã
serão recebidos
no centro das devoções
as idades criam vácuos
no limiar de tudo que está
sobre a sombra
do animal que peca
desvestido das coisas do senhor
de toda altura
será devorado por Ozirath
logo que vier buscar
quem profanou seu sono
os símbolos são avisos
de onde moras de verdade
são chaves do espírito
pra quem vem corromper
o sagrado
não alegorias da graça
dos "fantásticos"
quem está sorrindo
pelo gosto sentido
da maçã encarnada de Eva
cairá sem demora
que sol lindo
sob o encanto da lua
que flores podem nascer
sobre as mãos
há raízes cortando meu corpo
num breu azulado
perfume de absinto
eu sinto a morte
caminhando tão perto
o inferno não é tudo
o que foi me dito
no culto da liturgia
do que foi escrito
pela memória
de tudo que sei
o princípio está sobre
um velho altar agora
vejo teias tão belas
num arco íris
por cordas de harpa
anjos endiabrados tocando
valsas fúnebres
se deliciando com ninfas
sobre o lago
que não tem
mais cor nenhuma
ele vê o claro obscuro
do veneno que bebe
dos lábios da princesa
que não vestia esta pele
tão alva como neve
tão quente quanto
o inferno que sente
sem demora subindo
desejando querer possuí-la
o que é inerte
por estar desfigurado
ressurge vingado
sua cruz de dois traços
repousa ainda sobre
o peito agora livre
ofendendo o destino
por ela desenhado
ela o arranca com força
pergunta sobre sua
fé no “santo que colheu
plantas minhas”
tens quanto das doses
de fé perdida
“quem ferve no coração
que pulsa sem a pena
dos mortais
deve ter inocentes crias
ainda virgens
comendo seu fígado”
enquanto sua corda de terço
vai queimando devagar
enquanto suas mãos
tentam alcançar
seu “berço” de orações
que carrega
uma santa sobre a cruz
seus olhos se fecham
penitência penitência
grita ao chão
vomitando pedaços inteiros
de corações tão pequenos
casulos de portas
trancadas
parecendo vermes
agora seguem abrindo-se
procurando os desejos mortos
ninguém houve demônios
deve calar-te sobre
minhas adagas unhas
que te ferem
teu sangue será vertido
no lago
serei a lótus vagante
no delírio de tua morte...
...nenhuma gota cai no alto
o rio está seco.
MOLDAVIA
AND THE CANNONS OF FRIAR
Slow winter silence
gets you noticed
the dark immensity
the citadel
the night still listening
the noise of hammers
and the work teachers
canonical
by losing sweat blood
wanting for tight
win the battle
that unborn
these dizziness cloister
They are imposed
the "sheep tamers"
They want the answer
the pain of the crucified
in the shoes of those who love
By veneration
They want the obligation of faith
down the heart
getting stronger on earth
challenging paths
the lost and the wounds
the pagan will
will be received
in the center of devotions
ages create vacuums
on the threshold of everything
over shadow
Animal who sins
divested the things of the Lord
all time
It will be devoured by Ozirath
as soon as it comes for
who desecrated the altar
staying at home
the symbols are warnings
where I live really
are key spirit
for who is corrupt
the sacred
not allegories of grace
the fantastic
who is smiling
the taste sense
the incarnate Eve apple
fall without delay
that beautiful sunshine
under the spell of the moon
that flowers can be born
on hands
There roots cutting my body
a blue pitch
absinthe perfume
I feel death
walking so close
Hell is not everything
what was told
the liturgy of worship
of what was written
by memory
all I know
the principle is on
an old altar now
I see so beautiful webs
a rainbow
by harp strings
demonic angels playing
waltzes funeral
delighting with nymphs
on the lake
that does not have
no more color
he sees the light dark
poison drinking
the princess's lips
not wearing this skin
as white as snow
as hot as
Hell feeling
without delay up
wishing want to own it
which is inert
to be defaced
resurfaces avenged
his cross two traits
still rests on
now free chest
offending destination
designed for her
she pulls hard
question about your
faith in the "saint who reaped
my plants "
You have as dose
Lost faith
"Who boils in the heart
pulsating without penalty
mortals
must have innocent young
still virgins
eating your liver "
while his third rope
It will slowly burning
while his hands
try to achieve
his "cradle" of prayer that carries
a saint on the cross
your eyes close
penance penance
screams the ground
spewing whole pieces
so little hearts
cocoons ports
locked
like worms
now follow opening-
looking for the dead desires
there was none demons
should shut up about
my dagger nails
that hurt you
your blood will be shed
in the lake
I'll be the wandering lotus
in the delirium of your death ...
... not a drop falls on top
the river is dry.