Energúmeno tempo.
Me rouba o tempo,
Me deixa sem tempo.
 
Que tempo é esse
Que não se define?
 
Que tempo é esse
Que não me deixa amar
O tempo todo?
 
Que se faz de besta
Quando o Sol se põe.
Que encurta a vida das estrelas
No decorrer da madrugada.
 
Tempo imbecil
Que faz de mim
O seu escravo.
 
Na soleira da porta,
A porta se abre,
O tempo de ir passou.
 
Quanto mais tempo
Se passa dormindo
Mais tempo
Está se fingindo
Estar vivo.
 
Tempo ignóbil
Que não me deixa ler sossegado,
Que se coloca do lado contrário
De onde o ponteiro deveria estar.
 
Oh, tempo desgraçado,
O tempo que tenho amado
Ainda não é o bastante!
 
A taça nos lábios,
O líquido na taça,
A taça quebrada,
Embebedada,
Tempo para nada.
 
Tanto tempo sentado
Para chamar minha bunda
De nádegas!
 
Tempo atrapalhado,
O corpo da barata
Caiu bem do meu lado.
 
Engravatado,
Engarrafado no trânsito,
Atrasado.
 
A mulher do meu lado
Não tem tempo
Para se maquiar.
 
Tempo ignorante
Que chega antes
Do mundo acabar.
 
E eu continuo
A amar
Desatento
Ao tempo.
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 17/01/2016
Código do texto: T5513524
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