Dor inimiga e companheira
Um dia precisei amar minha dor
Desde então, minha dor é minha companheira
Minha mestra, minha parceira
Deixou de ser minha inimiga
No momento que olhei nos seus olhos
E aceitei conhecê-la com mais propriedade
Eu não à busco, mas quando chega
Abro as portas
Para que não force as janelas
Deixo que entre, ofereço-lhe um café
Olhos nos olhos
E deixo que se vá quando quiser
Quando acolhida a dor
Ela se dissipa aos poucos
E de maneira surpreendente
(Martha Medeiros - livro: Feliz por nada)