O movimento do eu
Não posso suportar as amarras que me entrelaçam:
Minha prosa está corrompida;
Meu verso é sujo, transmutado pela história;
Meu pensamento viaja na contradição do ser no mundo:
Agora sou, depois já não sou.
O que eu era, simplesmente, encontra seu reflexo no meu não ser,
Somente, assim, poderei ser eu completo.
Quem outrora era luz, escure-se paulatinamente:
- Laroiê,Exu!
Mostre-me o movimento do Universo,
Contradigo-me na minha própria contradição,
Sou, dessa forma, um eterno não.