O movimento do eu

Não posso suportar as amarras que me entrelaçam:

Minha prosa está corrompida;

Meu verso é sujo, transmutado pela história;

Meu pensamento viaja na contradição do ser no mundo:

Agora sou, depois já não sou.

O que eu era, simplesmente, encontra seu reflexo no meu não ser,

Somente, assim, poderei ser eu completo.

Quem outrora era luz, escure-se paulatinamente:

- Laroiê,Exu!

Mostre-me o movimento do Universo,

Contradigo-me na minha própria contradição,

Sou, dessa forma, um eterno não.

Ernesto Gomes
Enviado por Ernesto Gomes em 16/01/2016
Reeditado em 20/11/2018
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