O GIGANTE JATOBÁ
Era como se fosse um gigante estático
que sempre despertou a minha atenção,
me olhava sorridente e simpático,
era enorme! Firme, fincado no chão.
A sua copa farta era como se fosse
a cabeleira de um ser imaginário
que existia só na mente fértil e doce,
deste então, menino solitário.
talvez por carência de amigos
construí com ele verdadeira amizade
e ele sempre conversava comigo,
e isso traz tamanha saudade.
Foi tombado num dia distante e triste,
aquele símbolo da natureza,
mas em minha lembrança, ainda persiste
aquela imagem de tamanha beleza.
Eu, criança que o amava tanto,
pois, era o meu verdadeiro amigo
desfiz-me em lágrimas de pranto
ao vê-lo no chão estendido.
Aquele dissabor e a triste lembrança
me retorna àquele amargo passado
me retornando à mesma criança
que tanto chorou ao vê-lo tombado.
A sombra fresca, galhos e folhagens
daquela árvore que não existe mais,
acolheu também em várias passagens,
aves, insetos e outros animais.
Agora, deste mundo longínquo,
a saudade me leva para lá
e vivendo o passado, ainda brinco
à sombra do gigante jatobá!