Insônia
Tenho sono, mas não durmo
Tenho mente que decola
Tenho dores tão presentes
que em teus braços me enrolam
Como todo ser noturno
vaga dentro de mim mesma
um presságio tão soturno
que do vácuo em mim lampejam
os momentos tão diurnos
que um dia talvez veja
mas enquanto está escuro
solidão vem e me beija
E os desejos obscuros
se debatem e se encerram
na fachada do meu mundo
Dentro as vozes se libertam
E enquanto eu não durmo
minha mente sofre e sente
pelo que não está presente
sou meu próprio poluente