MINHA MUSA
Minha musa não é como as outras.
Tenho-a de verdade, comigo atada,
inda que as rimas não sejam doutas
e os versos sonolentos na chegada.
Minha musa cativa, de si, senhora,
vestida de menina, ora de mulher.
Uma, o amor se mostra na hora,
Outra pune-se, foge do que quer.
Escraviza minha mão, me domina,
diz “te adoro”, sem poder amar,
eu escravo, submisso à sua sorte.
Saciada, acalentada, me fascina,
sussurra, “não consigo te deixar!”
Amizade muito forte, até a morte.