Roseiral

A cena de chuva fina

roubou da moça abraçada ao mármore

um sorriso sem destino

a ser dissipado na curva da rua

que mapeava os passos voadores.

Ficaria rente ao telhado

ou atingiria as janelas altas

donde se vê a cidade?

Por ora não se sabe.

As nuvens em preto e branco

fotografavam o instante seguinte

e os que acabavam de respirar,

trancando-os todos no roseiral,

cuja porta haverá de ser aberta

quando a chuva brilhar

nos raios de sol

que tocarão o tanque

das águas recolhidas.