Tenho nada a dizer.
Tudo o que eu disser
terá a aura de um vento aguado entre cactos,
e minha alma tocará espinhos
espalhando (em mim) negros sons de Guizos.
 
 
As sensações que me chegam,
por mais úteis que possam ser, estariam vãs,
por mais intensas, não serviriam,
por mais que servissem, dariam em estrábicos estribilhos.
 
Tenho nada a sentir, dizer ou crer.
O que vejo, sinto, creio e faço (realmente),
 importa a mim somente,
E Deus sabe o peso de “somente a mim” importar.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 14/01/2016
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