IMPERMEÁVEL

IMPERMEÁVEL

Chove

Ainda bem

Tudo está tão cinza

E azul em excesso cansa

Mirra, aliena, seca

E somos água

Verdade que vermelha

E que anda se espalhando

Mesmo na seca

Não mais coagula-se

Escorre pelo negro chão

Impermeabilizado pelos homens

Sem alma sem coração

E molha mãos

Com papéis sujos de lavagens

Sem água a seco

E o azul aparece para poucos

Os demais são apenas loucos

Que insistem em respirar

A secura do pó que se espalha

E espelha

O fracasso da raça

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/01/2016
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