A gravidez dos astros

a hora da poesia

hora de nascimento

e que se faz com esta rosa

que emurchece à tarde

e à noite falece

espera-se outra manhã

apostando nas pétalas

nos rasgos de tarde coloridos

no negrume pontilhado de luzes

de onde se presume

amam-se o poeta e a musa

a poesia se gera

e o verso nunca se recusa

***

As minhas sensação e emoção se equiparam ao quando se ganha um colar de diamantes, isto me causam os versos de Ivoninha (IVONE GARCIA):

No silêncio sepulcral ouve-se um gorjeio

Um surdo estampido

Sangue a colorir a vidraça

Inerte não mais voará a ave

Do profanado e virginal leito germinam cânticos

Homem e mulher se abraçam

E do íntimo dos seus seres

Surge a poesia

Que a tudo ressuscita

Inclusive a vida

Que já bateu asas

A colorir outras métricas

Agora, radiantes de perene luz!