ESTRANHEZA
Faz tempo deixei para trás
o medo do nunca mais
mesmo a dor mais doída
aprendi: ela um dia se desfaz
Conheci de perto a tristeza da partida
momento solitário o da despedida
um véu espesso passa a separar
mãos que entrelaçadas gostavam de estar
Não me é estranho
o receio de ir embora
cerrar a velha porta
temer a estrada nova
Tenho ainda na boca
o gosto do voo incerto
fruto da asa alquebrada
em busca do rumo certo
(Imagem: Lenapena)