ESTRANHEZA

Faz tempo deixei para trás
o medo do nunca mais
mesmo a dor mais doída
aprendi: ela um dia se desfaz

Conheci de perto a tristeza da partida
momento solitário o da despedida
um véu espesso passa a separar
mãos que entrelaçadas gostavam de estar

Não me é estranho 
o receio de ir embora
cerrar a velha porta
temer a estrada nova

Tenho ainda na boca
o gosto do voo incerto
fruto da asa alquebrada
em busca do rumo certo


(Imagem: Lenapena)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 11/01/2016
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