UM DIA ASSIM


Um dia a par de tal contentamento
Que é ser por ser, tão só, durar a brisa
Avessa a subterfúgios e premissas,
Um dia de reencontro em que me invento
O mesmo já por me querer tão outro,
O mesmo à margem dum futuro extinto.
 
Um dia todo esperas e procura
Ao fim do qual feliz como bem poucos,
Feliz por me encontrar no quanto quis,
Meus dedos sábios a seu modo, surdos,
Desenham nas areias dessa tarde
As rotas dum sentido inverossímil.
 
Um dia recolhido entre os que escoam
No fluxo de destinos revogados.
Expira o prazo de palácios fátuos
Expresso na alegria de imbecis.
Um dia a prescindir de espelhos loucos
E glórias fáceis nesse afã das horas.




 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 11/01/2016
Reeditado em 28/02/2016
Código do texto: T5507025
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