ÁRVORE



A noite escapa pelos ramos desatentos,
Aroma que se infere por ausência.
Absorto em mim, desdenho a súplica dos ventos
Que o estar aqui me invejam, negros pensamentos
Alados, urros, uivos da demência.

Alguém por perto deixa seu queixume
À estrela errada, ali, aos cobiçosos ventos
E rega a rara grama por costume.
Raiz que nega a sede, esse azedume
Fermento entre outros de igual modo (ou mais) sedentos.

Assim que a noite me dissolve o odioso vulto
E os galhos desse gesto estúpido já mudos
Insistem nesse aceno de dedos pontudos,
Exalto, nessa morte em vida, o fim oculto
No quanto sou, por mais que em tudo seja insulto.



 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 10/01/2016
Reeditado em 28/02/2016
Código do texto: T5506133
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