DUALIDADE
Vai solta, qual pipa nos ares!
Não te recrimines por voares
Assim, destemida e liberta...
Assim, desenvolta e incerta,
Buscando desafios,
Querendo sentir calores e frios,
Enfrentando tuas contendas e batalhas,
Dando vazão aos teus cios,
Vivendo o que achas que ainda valha.
Agora volta! Guarda tua rabiola!
Enrola tua linha novamente
E coloca-a na tua sacola!
Não enchas a cabeça de caraminholas!
Não podes viver tudo impunemente,
Lançando-te assim destemida,
De peito aberto, desacatando a vida.
Senta-te! Acalma-te! Faz um tricô!
Não precisas mais de aventuras de amor.