COMO PASSARELA...
Busco o sentido invertido do amor
caminho este, que se inicia na solidão
o desapego da carne, que me leva ao dissabor,
viver o convencional e, talvez, deparar-me com a dor...
Siblime Amor, é ter prazer apenas na aspiração
que me perpetua elencar todos os meus desejos
e confabular desinvertendo o que insita a predição
demonstrar Amor, é esperar, não apenas beijos...
Ensejo a felicidade na mais absoluta satisfação
pois onde o abismo não é um delírio insano
olhos que não enxergam, faz demente o coração
torna-se excêntrico, retrógrado e profano...
Distante dos meus olhares, mas ela tão perto de mim
melhor que ter um corpo desnudo, e sentir-me perdido
tua fala rouca, sussurras lacônica ao meu ouvido
e a cada instante tu me transformas, em meu estopim...
A vida não se faz breve, quando a paciência resgata
toda certeza de viver o momento como prazer único
não ser eterno, mas intenso na paixão que nos retrata
a espera é o adubo da certeza, em formato lúdico..
Que o poema seja a gangorra, o pêndulo que me nivela
onde minh'alma sobre ti, prazerosa então descance
e os meus versos possam ser como passarela
para que não nos percamos no tempo, e ele nos alcance...