Por que choras
Por que choras numa tarde tão bela, de primavera; tuas lágrimas entristecem as flores, desfazem a quimera?
Por que choras se a alegria da poesia desfaz a dor e, se tens o brilho do sol e a graça da lua sempre a teu dispor?
Por que choras se sabes que a poesia brotará no novo dia quando te soprares todos os ventos da bela harmonia?
Por que choras borrando teu semblante diante dos Foscos brilhantes , e falsos cintilantes das estrelas errantes?
Por que choras gritando no espaço vazio, com medo do frio se tens a solidão como companheira de estrada, da fria estrada que segue pro nada?
E porque não chorar numa vida submetida a tantas despedidas, idas e vindas, subidas e descidas, cercada de nada, que segue pro nada!