O pássaro e a poesia
Parece que tudo voltou ao normal.
Acabaram-se as festas, as férias,
já passou o Natal.
Fazer poesia é de novo tão raro.
Falta de tempo? Sumiço da inspiração?
Acho que não, o tempo é uma bolha.
A inspiração, um surto.
Correria do trabalho.
Desluzimos as musas, os motivos
com outros motivos.
Sossegamos as mágoas, as águas
com outras mágoas.
Assim, vai-se buscar o mar
onde não se encontra o mar.
E o pássaro repousa ao cair a noite
de mansinho.
No olho do redemoinho.